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A FAMÍLIA
A família consanguínea é lavoura de luz da alma, dentro da qual triunfam somente aqueles que se enriquecem de paciência, renuncia e boa vontade. De quando a quando, o amor nos congrega, em pleno campo da vida, regenerando-nos a sementeira do destino. Geralmente, não se reúnem a nós os companheiros que já demandaram a esfera superior aureolados por vencedores, e sim afeiçoados menos estimáveis de outras épocas, a fim de restaurarmos o tecido da fraternidade, indispensável ao agasalho de nossa alma, na jornada para frente.
Muitas vezes, na condição de pais e filhos, cônjuges ou parentes, não passamos de devedores em resgate de antigos compromissos. Se és pai, não abandones teu filho aos processos evolutivos da natureza animal, qual se fora menos digno de atenção que a hortaliça de tua casa.
Os filhos são comparáveis a “tratos de terra espiritual” que devolverás, invariavelmente, à espiritualidade na pauta da sementeira que lhes ofertes. Se és filho, não desprezes teus pais, relegando-os ao esquecimento e subestimando-lhes os corações quando te parecem em desacordo com os teus ideais de elevação e nobreza, porque também, um dia, precisarás da alheia compreensão para que se te aperfeiçoe na individualidade a região agora menos burilada e menos atendida.
O companheiro mais idoso, em toda parte é o espelho do teu próprio futuro.
Aprende a usar a bondade, em doses intensivas ajustando-a ao entendimento e à vigilância, para que a experiência em família não se te desapareça no tempo, sem proveito para o grande caminho.
Quem não auxilia a alguns, não se acha habilitado ao socorro de muitos (...)
Se não praticas no grupo familiar ou no esforço isolado a comunhão com Jesus, não te demores a buscar-lhe a vizinhança, a inspiração e a diretriz, no culto do Evangelho.
Não percas o tesouro das horas em reclamações improfícuas ou destrutivas.
Procura atender e auxiliar a todos em casa para que todos em casa te entendam e auxiliem na solução dos problemas do cotidiano.
O lar é o porto de onde a alma se retira para o Além do Mundo e quem não transporta no coração o laço da experiência cristã, difi cilmente escapará de surpresas inquietantes e dolorosas.
Procura o Evangelho com todos ou sozinho.
Recorda que todo dia é dia de recomeçar.
Emmanuel
Do livro Nós. CÉU
Psicografia: Francisco C. Xavier